Resistência de três variedades de tomate à Tuta absoluta
na região Cuanza Sul (Original)
Resistance of three tomato varieties to Tuta absoluta in
the Cuanza Sul region (Original)
Francisco Sirilo Lissimo. Licenciado em Agronomía. Mestre em Proteção de
Plantas.
Professor
Assistente. Instituto Superior Politécnico de Cuanza Sul. Sumbe. Província, Cuanza Sul. Angola eng.lissimo@gmail.com
Joel Fausto Eculica. Licenciado
em Agronomía. Doutor em Proteção de Plantas. Professor Auxiliar. Instituto
Superior Politécnico do Cuanza Sul. Sumbe. Província, Cuanza Sul. Angola eculica.joel@hotmail.com
Alain
Ariel de la Rosa Andino. Engenheiro em Mecanização
Agropecuária. Doutor em Ciências Técnicas Agropecuárias. Professor Catedrático. Instituto Superior Politécnico do Cuanza Sul. Sumbe. Província, Cuanza Sul.
Angola alainariel41@gmail.com
Recibido:15-04-2024/Aceptado:10-05-2024
Resumo
Palavras-chave: Solanum lycopersicum; Tuta absoluta; diâmetro
equatorial do fruto; parâmetros de resistência.
Abstract
The tomato crop (Solanum lycopersicum L.) covers large areas and
employs considerable labor. Its expansion has favored the development of Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae),
which considerably affects its production. The aim of this article was to
evaluate the resistance of IPA6, Rio Grande and Elgon tomatoes to Tuta absoluta
under field conditions at the ISP-Cuanza Sul Academic
Station 2. The experiment was conducted in a
randomized block design with three blocks and three replications. It consisted
of nine mini-greenhouses measuring 1.70 x 1.70 x 1.70 m separated from each
other by 0.8 x 0.8 m; where the five 5-liter
polyethylene pots containing a mixture of soil, sand and organic matter were
placed. The total area of the experiment was 98 m² and the useful area was 15.3
m²; there were a total of 45 plants at a ratio of 15
plants per variety and one plant per pot with a spacing of 0.4 x 0.4 m. There
were significant differences in the averages of the Resistance parameters of
T1, T2 in relation to T3, in terms of the number of leaves scraped and the
number of leaves pierced. There were no significant differences in the other
parameters. The averages of the yield parameters differed significantly in the
equatorial diameter of the fruit between treatments T3 and T1 and T2. The IPA6
and Rio Grande varieties proved to be more resistant to Tuta absoluta attack. Elgon was the least
resistant.
Keywords: Solanum lycopersicum;
Tuta absoluta; equatorial diameter of the fruit; resistance
parameters.
Introdução
O tomate
cultivado (Solanum lycopersicum L.) está entre as hortícolas mais cultivadas e consumidas em
Angola e no mundo, superada em produção apenas pela batata-rena. Esta cultura é
de grande importância socioeconómica, pois abrange grandes áreas de cultivo e
emprega considerável mão de obra, cerca de 80% da produção é proveniente de
propriedades de agricultores principalmente de âmbito familiar. Além disso,
movimenta grandes quantias de dinheiro, seja na comercialização do próprio
tomate, assim como no comércio de insumos agrícolas e no processamento
industrial (Knapp, 2023).
A
expansão da área de cultivo do tomateiro favoreceu o desenvolvimento da
traça-do-tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) .
A Tuta absoluta é um microlepidóptero considerado principal praga do
tomateiro em todas às regiões produtoras do tomate de forma geral e em Angola
de maneira particular (Corrêa, 2020). Este
microlepidóptero é uma espécie multivoltina, que mina folhas, flores, caules e
frutos do tomateiro (Monteiro, 2019).
Lopes et al. (2021), referem que desde o surgimento da Tuta. absoluta
nas zonas de maior produção de tomate, os produtores enfrentam enormes desafios
de produção, já que a praga tem provocado perdas na produtividade na ordem de
80 a 100 % nas culturas, seja em estufas ou em campos abertos quando não são
tomadas medidas de controlo. O pico dos danos na cultura,
acontecem principalmente na fase de floração e produção de frutos.
O
ciclo do insecto depende da temperatura e varia conforme o local de
distribuição apresenta metamorfose completa, portanto, são holometábolos. Gallo
et al., 2002; Silva e Carvalho, 2004 e Michereff - Filho et al., 2013 (citado
por Pessoa et al. 2015) afirmar que:
O ciclo
completo da traça-do-tomateiro dura em torno de 26 a 38 dias. Os ovos são
colocados nas folhas, hastes, flores e frutos, porém as posturas concentram-se
na parte superior das plantas, que apresentam folhas mais novas. Cada fêmea
pode depositar de 55 a 130 ovos durante 3 a 7 dias. Possuem um ciclo completo
de aproximadamente 40 dias, e cada fêmea coloca, em média, 50-55 ovos. (p.2)
"A traça
do tomateiro (Tuta absoluta) pertence à família Gelechiidae, que é uma das
maiores famílias de microlepidópteros, com 5 000 espécies descritas,
representando 500 géneros, em todo o mundo" (Medeiros, 2009; Fujihara et
al., 2011; Carrano-Moreira, 2015, citado por Pessoa et al. 2015, p.2).
Ao longo do
tempo tem se verificado o desenvolvimento da resistência nas populações da Tuta
absoluta à várias classes de insecticidas, o que têm causado falhas no
controlo desta praga. Algumas variedades de tomateiro
têm influencia na preferência de oviposição de fêmeas de Tuta absoluta e o desempenho biológico do mesmo, assim como a sua
densidade populacional e padrão de distribuição no campo.
As variedades de tomate em
estudo, são de uso recente por parte dos produtores do tomate no Município do Sumbe em particular e em Angola de forma geral. As mesmas
apresentam elevado potencial produtivo, certa adaptabilidade a condições edafoclimáticas da região quando são cultivadas na época de
sequeiro (Janeiro a Abril) e de regadio (Agosto a Novembro). Porém, os
agricultores que utilizam essas variedades não conhecem a sua resistência
quanto à pragas ou outros distúrbios, no caso em particular à Tuta absoluta,
o que vem provocando baixa produtividade e por conseguintes prejuízos
económicos (Lopes et al., 2021).
Em Angola, são escassos os
trabalho de pesquisa que se referem em particular da resistência das variedades
de tomate ora selecionadas ou outras à Tuta absoluta, procurou-se nesse
âmbito, encontrar soluções que pudessem auxiliar aos produtores de tomate no Sumbe, encontrar recursos que lhe permitissem mitigar os
efeitos negativos desta praga sem a utilização de agrotóxicos.
O objetivo do artigo é
avaliar à resistência das variedades de tomate IPA6, Rio Grande, e Elgon à Tuta absoluta, em condições de campo na
parcela da Estação Académica 2 do Instituto Superior Politécnico do Cuanza Sul
- ISPCS, no Município do Sumbe, Província do Cuanza
Sul.
O experimento foi conduzido em condições de Campo, na
Estação Académica 2 do ISPCS, no Sumbe, Província do Cuanza-Sul, no período de
Julho a Novembro de 2023. A parcela localiza-se nos arredores do Bairro Dinga,
na folha cartográfica N0 184 do IGCA de Angola, com às coordenadas, Latitude S
11°11’22”, Longitude E13°50’45” a 23 metros de Altitude, com -3,72º de
declinação norte geográfico. UTM 0374340 e 8762240, limitado ao NW, SW, NE com
lavras dos outros agricultores.
Selecção das variedades de tomate experimentadas
As variedades de tomate seleccionadas para este
experimento, são as que estão a ser mais cultivadas na região do Cuanza-Sul em
geral e do Sumbe em particular. Foram utilizadas às variedades IPA6; Rio Grande
e Elgon, as mesmas foram adquiridas no mercado local (Sumbe) através de
revendedores habituais. São escolhidas pelo seu potencial produtivo e
características comerciais dos seus frutos. De forma genérica, as variedades
ora experimentadas apresentam as seguintes características:
Variedade IPA6: Ferreira et al.
(2016), afirma que a variedade de tomate IPA6, tem origem na
República Portuguesa, apresenta o hábito de crescimento determinado. Possui o
ciclo vegetativo de 110/120 dias. Apresenta alta uniformidade de plantas, e
coloração vermelha intensa. Exibe grande quantidade de tricomas no caule, nas
folhas e frutos.
Variedade Rio grande: Esta
variedade tem origem na Holanda, o seu ciclo vegetativo é de 120 dias. É de
crescimento indeterminado, apresenta uma boa cobertura foliar o que lhe confere
maior protecção para os frutos. Possui uniformidade de pencas e frutos da base
ao ponteiro (Ferreira et
al., 2016).
Variedade Elgon:É
originaria de Portugal, apresenta também o ciclo vegetativo de 120 dias, possui
hábito de crescimento indeterminado. Os frutos possuem casca espessa e a
coloração verde com listras verde escuras (Ferreira et al., 2016).
Transplante: O
transplante foi realizado (Anexo 2) ao 15º dia após a sementeira nos alfobres.
A selecção das plantas foi feita de forma aleatória, quando estas apresentavam
três a cinco pares de folhas definitivas ou verdadeiras, utilizando a
tabela de números aleatórios. E as mesmas foram colocadas em vasos e enumeradas
para o seu controlo.
Os vasos com as respetivas plantas foram colocados
no local definitivo (nas mini estufas) com as dimensões de 1,70
x 1,70 x 1,70 metros cada, e separados entre si por 0,8 x 0,8 metros (Anexo 3).
Feitas com armação de madeira e cobertas por uma rede de nylon de 0,5 mm, com a
finalidade de se evitar a entrada de agentes patogénicos que não fossem objecto de estudo após a
inoculação da Tuta absoluta. O
experimento definitivo era constituído por uma área total de 98 m² e uma área
útil de 15,3 m², e nove mini estufas e cada tinha cinco vasos e una planta por
cada. O espaçamento entre si era de 0,4 x 0,4 metros.
Obtenção de imago da Tuta absoluta e sua inoculação
Os
insectos da Tuta absoluta foram colectadas a partir da cultura de
tomateiro em fase produtiva instaladas no campo da Estação Académica 2, do
Instituto Superior Politécnico do Cuanza-Sul.
A
colecta foi feita utilizando a rede entomológica de 0,3 mm. A inoculação da Tuta
absoluta na cultura nas mini-estufas (Anexo 4), foi feita no mês de
setembro de 2023, quando as plantas apresentavam os primeiros
botões florais, sendo a fase mais crítica da cultura no que diz respeito ao ataque da praga. Com auxílio da rede entomológica, foram
depositados 15 imagos da Tuta absoluta. Após esta operação, foi
restringida a entrada nas mesmas, reservada apenas para os amanhos culturais.
As observações dos sinais e sintomas da infestação da Tuta absoluta,
tiveram início no 7º dia após a inoculação.
O experimento
foi orientado em delineamento em blocos
casualizado (DBC), com três variedades de tomate, (IPA6, Rio grande e ELGON),
cultivadas e adaptadas na região, disposto em um esquema de bloco casualizado
de três por três, ou seja, três (tratamentos) e três repetições ou réplicas
(Figura 1).
T3.1 |
T1.1 |
T2.1 |
T2.2 |
T3.2 |
T1.2 |
T1.3 |
T2.3 |
T3.3 |
Legenda: T1= Variedade de tomate IPA-6; T2= Variedade de
tomate Rio Grande e T3= Variedade de tomate ELGON
Fonte:
elaboração dos autores.
Amanhos Culturais
Tutoramento: Para as variedades de crescimento indeterminado,
efectuou-se o tutoramento com estacas de madeira seca com o auxílio de
fitas de plástico, amarradas em sua base e essas conduzidas a um
fio de arame, localizados a um metros de altura (Anexo 5). Esse fio
de arame foi preso nos barrotes de suporte da mini-estufa, com intuito de
auxiliar na sustentação das plantas. À medida que as plantas foram crescendo,
foram enroladas em fitas de plástico com o intuito de apoiar o crescimento
e evitar o contacto directo dos frutos com o solo.
Regas: Ao longo do ciclo da cultura, os suprimentos das
necessidades hídricas foram realizados através de um sistema de irrigação
localizado (regadores manuais), devidamente projectado para cada vaso onde foi
instaladas as plantas no experimento. Foram efectuadas no intervalo de três
vezes por semana de acordo com as necessidades da cultura, até 20 dias antes
das colheitas.
Nº de Folhas sem danos (NFSD): Neste
parâmetro, fez-se a contagem de número das folhas na planta que não foram
infectadas pela acção da Tuta absoluta, após a inoculação.
Nº de folhas raspadas (NFR):Realizou-se
a contagem das folhas raspadas em cada planta nos vasos, como resultado da
acção directa da infestação da Tuta absoluta, após a inoculação (Anexo
6). É um indicativo da vulnerabilidade da variedade do tomate face ao ataque
desta praga já que existem variedades que resistem a ovoposição.
Número
de folhas furadas (NFF): Durante o
período de observação dos sintomas no experimento, foi contabilizado o número
de folhas furadas como resultado também da acção directa da infestação da Tuta
absoluta (Anexo 7).
Quantidade de lagartas no fruto (QLF): Após a colheita, procedeu-se o corte do fruto, (Anexo 8),
com a utilização de uma faca, para se determinar o número de lagartas
existentes em cada fruto e por cada variedade.
Quantidades
de furos no fruto (QFF):Foi também
avaliada a quantidade de furo nos frutos. Foram contabilizados os frutos por
variedade que tinham galerias, resultado da infestacção da Tuta absoluta
(Anexo 9).
Plantas mortas (PM):Por último, neste parâmetro de resistência, consistiu na
contabilização do número de plantas que morreram no experimento, provocada pela
acção directa da praga após a inoculação.
Colheita: As colheitas incidiram-se nas 45
plantas do experimento que corresponderam à três variedades de tomate que foram
objecto de estudo. Com esta acção, permitiu determinar os parâmetros de resistência e de rendimentos, conforme ilustrado a
(Anexo 10). A colheita foi feita de forma
escalonada, num intervalo de 3 dias por semana.
Número
de frutos comerciais (NFC): Foi
contabilizado o número de frutos comerciais nas plantas das três variedades de
tomate em experimento. Este parâmetro, corresponde aos frutos que apresentam
características atractivas para fins comerciais, tais como frutos sem galerias,
sem manchas, tamanho uniforme, e coloração própria da variedade.
Diâmetro
equatorial do fruto (DEF):O
diâmetro equatorial do fruto foi mensurado para se determinar o tamanho do
fruto por variedade do tomate ora experimentadas. Foi medido por meio do
Paquímetro digital (Anexo 11).
Massa do fruto por variedade (MFV) (gramas): Após a colheita, foi
efectuada a pesagem dos frutos (Anexo 12), com objectivo de se determinar a
massa dos mesmos por cada variedade do tomate experimentado, para esta acção
utilizou-se a balança analítica de 10 kg.
Produtividade
dos frutos comerciais (PFC):Este
parâmetro foi mensurado utilizando-se a balança analítica, com finalidade de se
aferir a produtividade de cada variedade em experimento.
Produtividade total
dos frutos (PTF): É
o somatório de todos os frutos colhidos nas três variedades experimentadas, com
finalidade de se aferir o rendimento total por hectare. Para essa actividade,
também se fez recurso à balança e finalmente os valores obtidos foram extrapolados
em toneladas por hectares.
Para análise estatística, os
resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o software
SPSS 15.0
Análise e discussão dos resultados
Observando
todos os parâmetros de resistência no experimento, verificou-se
que existem diferenças significativas entre os parâmetros referentes à número
de folhas raspadas (NFR) entre o T3
(variedade Elgon), em relação ao T2 (variedade Rio grande) e o T1 (variedade
IPA6). Não se observaram diferenças significativas entre os T1 e o T2. Quanto
ao número de folhas furadas e observou-se diferenças significativas entre o T1
e o T2, enquanto que o T3 diferiu significativamente com o T1 e não teve
diferenças com o T2 (tabela 1). Os outros parâmetros observados no experimento
como, número de folhas sem danos, quantidades de lagartas no fruto, quantidade de
frutos furados, e plantas mortas, não se
verificaram diferenças significativas entre si.
Tabela 1. Médias das variáveis de resistência observadas no experimento
Tratamentos |
Médias |
||||
Número de
folhas raspadas |
Número de
folhas furadas |
Quantidade de
frutos furados |
Número de
lagartas no fruto |
Número de
Plantas mortas |
|
T1 |
74,47a |
12,67a |
2,00a |
1,47a |
0,66a |
T2 |
70,13a |
14,40b |
2,00a |
1,27a |
0,66a |
T3 |
93,60b |
15,47b |
3,87a |
2,00a |
0,13a |
Legenda: As médias que possuem as
mesmas letras não se diferem entre si pelo teste de Tukey de 5 % de
probabilidade. (p≤ 0,05); a- não significativo 5 %., b- significativo a 5
%.
Fonte: elaboração dos autores.
Maciel et al. (2011)
e Álvarez (2015),
nos seus respectivos trabalhos de pesquisa sobre a resistência das variedades
de tomate, encontraram resultados que se aproximam aos expostos no presente
trabalho. Benites et al. (2021)
e Oliveira et al. (2023), constataram
resistência em variedades de tomateiro IPA6, e Rio grande, observando, a menor
média de número de folhas raspadas, número de folhas furadas, número de
lagartas no fruto que na variedade Elgon, considerada menos resistente à Tuta
absoluta.
Benites et al.
(2021), corroboraram que o
menor número de folhas raspadas, e de folhas furadas provocado pela Tuta
absoluta, nas variedades IPA6 e Rio grande, deve-se ao mecanismo de defesa
da própria planta (antibiose), já que o menor número destes parâmetros pode ser
decorrente da acção de substâncias tóxicas assim como de deterrentes
alimentares da mesma planta.
Portanto,
pelo número de folhas raspadas e folhas furadas, pode se afirmar que as variedades
IPA6 e Rio grande, apresentaram resistência quanto ao ataque da Tuta
absoluta. A variedade Elgon apresentou maior número de folhas raspadas e
furadas comparadas com a IPA6 e a variedade Rio grande. Portanto, foi menos
resistente face ao ataque da Tuta absoluta.
Parâmetros de rendimentos
As
médias dos parâmetros de rendimentos observados no presente trabalho,
apresentaram diferenças significativas no parâmetro diâmetro equatorial do
fruto entre os tratamentos T3 com relação aos T1 e T2, os demais parâmetros
estudados como peso do fruto por variedade (g), número de frutos por planta,
número de frutos comercias, produtividade dos frutos comercias, e produtividade
total dos frutos), não apresentaram diferenças significativas conforme ilustra
a (Tabela 2). As variedades em estudo são às que estão
a ser mais cultivadas no sistema agrícola local na actualidade e tiveram o
mesmo comportamento perante a Tuta absoluta.
Dias et al. (2019),
no seu trabalho sobre a Resistência de genótipos de tomateiro para
processamento à Tuta absoluta, encontraram resultados que se assemelham
aos encontrados no presente experimento. Maciel et al. (2011)
e Boiça et al. (2012)
também encontraram resultados próximos a estes.
Tratamentos |
Diâmetro equatorial do fruto (cm) |
Número de frutos por planta |
Massa de frutos comercias (g) |
Produtividade dos frutos comercias |
Produtividade total dos frutos (kg) |
||||||
T1 |
189,89a |
0,86a |
15,13a |
10,60a |
0,63a |
1,49a |
|
||||
T2 |
207,78a |
0,86a |
16,73a |
13,87a |
0,70a |
1,56a |
|
||||
T3 |
230,78b |
1,04a |
18,33a |
14,07a |
0,83a |
1,87a |
|
||||
Legenda: As médias que possuem as mesmas letras nas colunas, não
se diferem entre si pelo teste de Tukey de 5 % de probabilidade (p≤ 0,05); a- não significativo 5 %; b- significativo a 5 %.
Fonte: elaboração dos autores.
As três variedades de
tomate experimentadas apresentaram excelente padrão no tamanho dos frutos,
indicando potencial agronômico neste quesito. É importante ressaltar o valor da
massa média de frutos de 1,04
g obtido pela variedade Elgon. Este facto corrobora os resultados encontrados
por Maciel et al. (2011),
Resende et al. (2020)
e De Souza et al. (2022)
que ressaltaram o padrão comercial de fruto da variedade Elgon experimentada
por estes. Com
relação à produtividade, todas as variedades experimentadas não se
diferenciaram significativamente entre elas. Portanto, as mesmas apresentaram
frutos considerados de maneira geral, potencialmente comercializáveis. Quanto
quantidade de frutos obtidos no experimento, com uma área útil de 15,3 m2,
se obteve (7,7 kg), estima-se então um rendimento total extrapolada de 5,0
toneladas por hectares.
Os resultados obtidos, tanto aos que se
referem às médias de parâmetros de resistência e os de parâmetros de
rendimento, foram tratados estatisticamente com o teste de Tukey com a
probabilidade de 0,05 %.
1. As médias dos parâmetros de resistência observados no
experimento, como, número de folhas raspadas, e número de folhas furadas,
diferenciaram-se significativamente. Enquanto que os outros parâmetros não
tiveram diferenças significativas.
2. As médias dos parâmetros de rendimento observados no
experimento, como o diâmetro equatorial do fruto apresentou diferenças
signicativas entre o T3 comparado com T1 e T2. Os outros parâmetros, como massa
do fruto por variedade, número de frutos por planta, número de frutos
comercias, produtividade dos frutos comercias, e produtividade total dos
frutos, não se diferenciaram significativamente.
3. As variedades IPA6 e Rio grande tiveram menor número
de folhas furadas e número de folhas raspadas, assim, foram tidas como as mais
resistente face ao ataque da Tuta absoluta, observadas no experimento.
4. A variedade Elgon que corresponde ao T3, apresentou-se
como a menos resistente face ao ataque da Tuta absoluta, tendo em conta
ao número de folhas raspadas e número de folhas furadas, tidos como parâmetros
de resistência em experimento.
Referências
bibliograficas
Álvarez, M. (2015). Resistencia a
insectos en tomate (Solanum spp.). Cultivos Tropicales, 36(2), 100-110.
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=193239249015
Benites, D., Rodrigues, N. E. L.,
Rodrigues, C. A., Moreiradias, K. & Boiça, A. (2021). Influência de
traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) e
genótipos de tomateiro na atração de Podisus
nigrispinus. Revista Cerrado Agrociências, 12, 9-18. https://revistas.unipam.edu.br/index.php/cerradoagrociencias/article/view/4082/1730
Boiça, A. L., Bottega, D. B., Lourenção,
A. L., e Rodrigues, N. E. L. (2012). Não preferência para oviposição e
alimentação por Tuta absoluta
(Meyrick) em genótipos de tomateiro. Arq. Inst. Biol., 79(4). https://www.scielo.br/j/aib/a/yBt6H5Hp6VbnPFCd6kYD6By/?lang=pt
Ferreira, W., Wamser, A. F., Feltrim, A. L., Suzuki, A., dos Santos, J.
P., Valmorbida, J., Hahn, L., Marcuzzo, L. L. & Mueller, S. (2016). Sistema de produção integrada para o tomate
tutorado em Santa Catarina. Florianópolis, SC: Epagri. https://www.agrolink.com.br/downloads/SistemaIntegradoTomateTutoradoemSC.pdf
Knapp, F. M. (2023). Respostas da
cultura do tomate para processamento industrial a fatores ambientais e
irrigação. [Tese de doutoramento, Universidad fedral de Goiás].
https://repositorio.bc.ufg.br/tede/items/f7550e09-c591-4542-8e4f-7b1f36e86406
Lopes, E., Manoel, F.
d. M. & Neves, R. (2021). Efeito de inseticidas botânicos sobre a
mortalidade de Tuta absoluta (Meyrick)
(Lepidoptera: Gelechiidae) em plantas
de tomateiro. Entomology Beginners, 2,
1-4. https://doi.org/10.12741/2675-9276.v2.e005.
Oliveira, L., Borges, I., Silva, D.,
Durão, A. C. & Soares, A. O. (2023). Abundance of Tuta absoluta (Meyrick, 1917) and its natural enemies on tomato
crops in greenhouses of different production modes (Azores, Portugal)
(Lepidoptera: Gelechiidae). SHILAP Revista de
lepidopterología, 51
(201), 59-70. https://doi.org/10.57065/shilap.437.
Pessoa,
R., Sampaio, L., Gomes, J. & Guzzo, C. (2015). Bioecologia da Traça-do-Tomateiro: Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera:
Gelechiidae) na Região Agreste de Alagoas, Nordeste do Brasil.
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137730/1/Resumo-ENCCULT-Barros-et-al-2015.pdf
Resende, N. C. V., da Silva, A. A.,
Maluf, W. R., de Resende, J. T. V., Zeist, A. R. & Gabriel, A. (2020). Selection of tomato
lines and populations for fruit shape and resistance to tomato leafminer. Horticultura brasileira, 38 (2), 117-125. http://doi.org/10.1590/S0102-053620200202.
Anexo 1. Gaiolas de esterilização e preparação de
alfobres nas bandejas de polietileno
Fonte:
elaboração dos autores.
Fonte:
elaboração dos autores. Fonte: elaboração dos autores.
Anexo 4. Imagen da Tuta absoluta e seus danos, após 15 dias da
inoculação
Fonte:
elaboração dos autores.
Anexo 5. Plantas de tomateiro tutorados nos vasos
Fonte:
elaboração dos autores.
Fonte:
elaboração dos autores.
Anexo 11. Determinação do DEF nas diferentes variedades de tomate
Fonte: elaboração dos autores.
Anexo 12. Balança utilizada na
mensuração da massa do fruto por variedade
Fonte: elaboração
dos autores.