Original Recibido: 20/12/2024 │Aceptado: 15/03/2025
Periodização esportiva com pico de performance: um estudo de caso
no voleibol – 1999 a 2024
Sportive periodization with peak of
performance: a case study in volleyball – 1999 to 2024
Nelson Kautzner Marques Junior, Mestre
em Ciência da Motricidade Humana pela UCB. RJ. Brasil. [kautzner123456789junior@gmail.com]
Resumo
O objetivo do estudo foi de detectar o nível da preparação física
e o pico de performance de um jogador de voleibol através de avaliações
cineantropométricas em relação ao tipo de periodização usada de 1999 a 2024. O jogador de voleibol dessa pequisa foi
o mesmo atleta dos estudos de Marques Junior. Esse atleta teve um treino com
diversos tipos de periodização de 1999 a 2024. Os melhores resultados dos
testes para verificar a preparação física foram em 2006 a 2013, momento que o
jogador usou periodização com ênfase no treino de força. O pico de performance
desse atleta aconteceu mais vezes com periodizações com ênfase no treino de
força (bloco em 2004, Tschiene em 2006, 2007, 2009 e 2011) e uma vez com a
concepção de Matveev em 2012. Em conclusão, a periodização com a aplicação da
matemática e da estatística permite um estudo minucioso do esportista.
Palavras
Chave: esporte; carga de treino;
treinamento; teste.
Abstract
The objective
of the study was to detect the level of physical preparation and peak performance
of a volleyball player through kinanthropometric assessments in relation to the
type of periodization used from 1999 to 2024. The volleyball player in this
research was the same athlete from Marques Junior's study. This athlete trained
with different types of periodizations from 1999 to 2024. The best results of
the tests to verify physical preparation were from 2006 to 2013, when the
player used periodization with an emphasis on strength training. This athlete's
peak performance occurred more often with periodizations with an emphasis on
strength training (block in 2004, Tschiene in 2006, 2007, 2009, and 2011) and
once with Matveev's conception in 2012. In conclusion, periodization with the
application of mathematics and statistics allows a detailed study of the
athlete.
Keywords: sport; training load; training; test.
Introdução
O pico de performance, também chamado de pico da forma esportiva
ou pico de desempenho ou efeito posterior duradouro do treinamento (EPDT), está
relacionado com a adaptação crônica do treinamento que ocasiona a
supercompensação e uma melhora da resposta do sistema nervoso central (SNC)
para efetuar as tarefas da modalidade (Bondarchuk, 2016; Marques Junior, 2024a;
Verkhoshanski e Verkhoshanski, 2004). A duração e a qualidade do pico de
performance está relacionado com a estruturação do treinamento, com o tipo de
periodização utilizado, com o tipo de modalidade (de força, de tática, de força
e velocidade e outros), com o lastro fisiológico de treino do atleta, com o
conhecimento científico do treinador e com os equipamentos usados no treino e
pela avaliação do esportista efetuada na temporada - análise do jogo ou da luta
e avaliação cineantropométrica e outros (Marques Junior, 2022, 2023a; Matveev,
1991; Osorio et al., 2024).
O pico de performance visa o desempenho máximo do atleta na
disputa e/ou em determinada etapa do treino (Marques Junior, 2023b, 2024b;
Moura et al., 2023; Tschiene, 1985; Verkhoshanski, 1979, 1981). A duração do
pico de performance varia de estudo para estudo (Kalinin e Ozolin, 1976;
Marques Junior, 2024c). Por exemplo, Bondarchuk informou que o pico de
performance dura de 6 a 7 semanas (de 42 a 49 dias) (Costa, 2022). Enquanto
Bompa (2002) afirmou que o pico de performance ocorre durante 1 semana até mais
3 dias (7 a 10 dias). Rocha detectou que a duração do pico de performance está
relacionado com a modalidade, na natação o pico dura de 6 a 7 semanas (42 a 49
dias) e no atletismo o pico dura de 5 a 9 semanas (35 a 63 dias). Dantas (1995)
afirmou que o pico de performance curto (de poucas semanas) de 1 semana e 3
dias a 2 semanas e 1 dia (10 a 15 dias) o atleta atinge um melhor desempenho do
que o pico longo. Talvez o pico de performance curto tenha melhor desempenho na
disputa porque o atleta está altamente treinado em relação ao SNC e ocorre um
maior acúmulo dos substratos energéticos da supercompensação, mas conforme vai
passando as semanas, mesmo com o resíduo do treino, a qualidade do SNC e da
supercompensação tende declinar para uma máxima performance, sendo um pico de
performance recomendado para as modalidades de regularidade competitiva como os
jogos esportivos coletivos.
O pico de performance pode ser identificado através do desempenho
do atleta na disputa e/ou no treino, e também, pela melhora do desempenho das
avaliações cineantropométricas (Marques Junior, 2022; Matveev, 1997). Esse
procedimento para identificar o pico de performance é utilizado em diversas
modalidades (González e Zabala, 2021; Rodríguez et al., 2024; Suslov, 2001).
Então, através desse procedimento, por avaliações cineantropométricas, foi
identificado o nível de preparação física e o pico de performance das
capacidades motoras condicionantes e dos aspectos antropométricos de um jogador
de voleibol de 1999 a 2024 – por 26 anos (Marques Junior, 2009, 2013, 2023c,
2024d, 2025; Marques Junior e Barbosa, 2016).
O objetivo do estudo foi de detectar o nível da preparação física
e o pico de performance de um jogador de voleibol através de avaliações
cineantropométricas em relação ao tipo de periodização usada de 1999 a 2024.
População e Amostra
O jogador de voleibol dessa pequisa foi
o mesmo atleta dos estudos de Marques Junior (2009, 2013, 2023c, 2025).
Treinamento periodizado
Na iniciação do voleibol esse
esportista começou a jogar no Rio de Janeiro (RJ é um estado do Brasil) durante
1986 a 1990 (por 5 anos) quando estava com 14 a 18 anos, esteve em três equipes
desse estado como atacante (ponta, central e oposto) (Marques Junior, 2024d). O
período de 1991 a 1998 (por 8 anos), esse voleibolista estava com 19 a 26 anos,
momento que jogou voleibol de dupla na areia no Rio de Janeiro, geralmente na
praia de Ipanema e Copacabana.
De 1986 a 1998, por 13 anos, esse
jogador de voleibol praticou a periodização tradicional de Matveev, sendo
efetuado no início do período preparatório alta carga de treino aeróbio através
da corrida contínua e/ou do treino intervalado (TI) (Tubino, 1993). O treino de
força no período preparatório era efetuado pela resistência muscular localizada
e com a pliometria. Próximo da competição e na disputa, no período preparatório
de preparação especial e no período competitivo, ocorria treino de velocidade
através do TI, da pliometria e de exercícios de força localizados (flexão,
abdominal, puxada na barra e outros). O treino desse atleta foi na era
“Cooper”, a ênfase era o trabalho aeróbio para dar alicerce para outras
capacidades motoras condicionantes e nas questões técnicas e táticas (Marques
Junior, 2020; Matveev, 1991). Esse longo uso da periodização de Matveev tem um
motivo, no Brasil somente essa concepção de periodização era conhecida no país.
A partir de 2000 e 2001 que os treinadores tiveram acesso a outros tipos de
periodização (Forteza, 2001; Silva, 2000).
De 1999 a 2024 o voleibolista realizou
um treino científico embasado na literatura do treinamento esportivo (Matveev,
1997; Tubino, 1993). O treinamento foi estruturado com vários tipos de
periodização, ocorreu controle da carga de treino e foram realizadas avaliações
cineantropométricas (Marques Junior, 2009, 2013, 2023c). Esses testes
antropométricos e das capacidades motoras condicionantes e o POMS reduzido
foram baseados em Marques Junior (2010). Nesse momento do treino científico, de
1999 a 2013 – por 15 anos, o atleta estava com 27 a 41 anos, o voleibolista
esteve jogando dupla na areia e no final do ano de 2013, esse esportista
começou a jogar voleibol master.
Em março de 2014, esse atleta estava
treinando em uma equipe do voleibol master e ocorreu uma lesão no tendão
calcâneo durante o treinamento (Marques Junior e Barbosa, 2016). Após
cicatrizar a lesão, de outubro de 2014 a 2018 (por aproximadamente 5 anos, o
atleta estava com 42 a 46 anos) foi realizada a 1ª etapa do treino periodizado
após a lesão para condicionar esse jogador para o voleibol master (Marques
Junior, 2024d, 2025). A 2ª etapa do treino periodizado após a lesão foi de 2019
a 2020 (por aproximadamente 2 anos, o atleta estava com 47 e 48 anos), momento
que o esportista voltou a fazer teste de salto vertical. De 2014 a 2020, o
jogador de voleibol do estudo usou somente a periodização específica para o
voleibol, efetuando um trabalho de aproximadamente de 7 anos de recuperação
após a lesão.
Após o treino de 2014 a 2020 que
recuperou o jogador da lesão, em 2021 o treinador estruturou para o
voleibolista (ele estava com 49 anos) por 1 mês a periodização tradicional de
Matveev, por 4 meses a periodização específica para o voleibol e 7 meses a
periodização não linear (Marques Junior, 2023c). O momento da periodização não
linear o voleibolista fez um treino com carga elevada, foi o treino búlgaro do
halterofilismo, sendo adaptado para o voleibol, mostrando que o jogador se
recuperou da lesão no tendão calcâneo. O treino periodizado e as avaliações
cineantropométricas continuaram em 2022 a 2024. A tabela 1 apresenta os
principais dados do treino periodizado de 1999 a 2024 (Marques Junior, 2009,
2013, 2023c, 2025; Marques Junior e Barbosa, 2016). O realce em amarelo no mês
abreviado (jan é janeiro, fev, abr e outros) é para chamar atenção o mês que
teve teste.
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
1999 e 27 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
período preparatório de preparação (PPP) geral (jan-mar), PPP especial (abr-mai) e período competitivo (PC) (jun) |
1-7 de jan (verão) e 1-7 de mai (outono) |
|
1999 e 27 anos |
dupla |
de Matveev |
2 |
PPP geral (jul-ago), PPP especial (set-nov)
e PC (dez), Total: 184 sessões,
153 de descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
5-11 de set (inverno) e 10-16 de dez (primavera) |
|
2000 e 28 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP geral (jan-abr), PPP
especial (mai-ago), PC (set) e PPP
geral (out-dez), Total: 190 sessões, 147 de descanso e 28 dias de
teste – 7 dias todos os testes. |
1-7 de jan (verão), 1-7 de ago (inverno), 10-16 out (primavera)
e 10-16 dez (primavera) |
|
2001 e 29 anos |
dupla |
de Matveev |
1 e 2 |
Mesma estrutura de 1999. Total: 196 sessões, 141 de
descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
Igual 1999. |
|
2002 e 30 anos |
dupla |
de Matveev |
1 e 2 |
Mesma estrutura de 1999. Total: 145 sessões, 192 de
descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
Igual 1999. |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2003 e 31 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP especial (jan-mai), PC (jun) e PPP especial (jul) |
1-7 de jan (verão), 20-26 de mai (outono) e 20-26 de jul
(inverno) |
|
2003 e 31 anos |
dupla |
em Bloco |
2 |
bloco A (ago-set), bloco B (out), bloco C (nov) e bloco D (dez, etapa de transição), Total: 195
sessões, 149 de descanso e 21 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
15-21 de dez (primavera) |
|
2004 e 32 anos |
dupla |
em Bloco |
1 |
bloco A (jan-mar), bloco
B (abr-jun) e bloco C (jul) |
6-12 de jan (verão) e 24-30 de jun (inverno) |
|
2004 e 32 anos |
dupla |
em Bloco |
2 |
bloco A (ago-set), bloco
B (out-nov) e bloco C (dez), Total:
197 sessões, 140 de descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
1-7 de ago (inverno) e 24-30 de nov (primavera) |
|
2005 e 33 anos |
dupla |
Tática |
1 |
etapa preparatória (jan-ago), etapa competitiva (set) e etapa
preparatória (out-dez), Total: 196 sessões, 141 de
descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
1-7 de jan (verão), 25-32 de ago (inverno), 1-7 de out
(primavera) e 16-22 de dez (verão) |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2006 e 34 anos |
dupla |
em Bloco |
1 |
bloco A (jan) e bloco B (fev) |
1-7 de jan (verão) e 22-28 de fev (verão) |
|
2006 e 34 anos |
dupla |
de Tschiene |
1 |
período preparatório (PP) (mar-jun-dez), Total: 209 sessões, 142 de
descanso e 28 dias de teste – 7 dias todos os testes. |
1-7 de jun (outono) e 1-7 de dez (primavera) |
|
2007 e 35 anos |
dupla |
de Tschiene |
1 |
período preparatório (PP) (jan-mar) |
1-7 de jan (verão) e 25-31 de mar (outono) |
|
2007 e 35 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP especial (abr-jul) |
25-31 de jul (inverno) |
|
2007 e 35 anos |
dupla |
de Tschiene |
1 |
PP (ago-dez), Total:
195 sessões, 142 de descanso e 28 dias de teste. |
25-31 de dez (verão) |
|
2008 e 36 anos |
dupla |
de Tschiene |
1 |
PP (jan-fev-abr) |
1-7 de fev (verão) e 24-30 de abr (outono) |
|
2008 e 36 anos |
dupla |
em Bloco |
1 |
bloco A (mai-jun) |
- |
|
2008 e 36 anos |
dupla |
não linear |
1 |
fase de força rápida (jul-ago) |
25-31 de ago (inverno) |
|
2008 e 36 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
período de transição (set-dez),
Total: 197 sessões, 140 de descanso e 28 dias de teste. |
25-31 de dez (verão) |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
não linear |
1 |
fase de força rápida (FFR) (jan-mai) |
3-9 de jan (verão) e 28 de abr-4 de mai (outono) |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
período de transição (jun-jul) |
- |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
de Tschiene |
2 |
período preparatório (PP) (jul-ago) |
- |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
de Matveev |
2 |
período preparatório de preparação geral (PPP geral) (set) |
- |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
de Tschiene |
2 |
PP (set-out) |
25-31 de set (primavera) |
|
2009 e 37 anos |
dupla |
não linear |
2 |
FFR (nov-dez), Total:
186 sessões, 151 de descanso e 28 dias de teste. |
22-28 de dez (verão) |
|
2010 e 38 anos |
dupla |
não linear |
1 |
FFR (jan-abr) |
1-9 de abr (verão) |
|
2010 e 38 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP geral (abr) |
- |
|
2010 e 38 anos |
dupla |
não linear |
1 |
FFR (mai-jun) |
- |
|
2010 e 38 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP geral (jul) |
- |
|
2010 e 38 anos |
dupla |
de Tschiene |
2 |
PP (jul-dez), Total:
180 sessões, 171 de descanso e 14 dias de teste. |
27-31 de dez (verão) |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2011 e 39 anos |
dupla |
de Tschiene |
1 |
PP (jan-mai-jun) |
1-5 de mai (outono) |
|
2011 e 39 anos |
dupla |
de Matveev |
2 |
PPP geral (jul-out) |
- |
|
2011 e 39 anos |
dupla |
de Matveev |
2 |
período de transição (PT) (nov-dez),
Total: 193 sessões, 162 de descanso e 10 dias de teste. |
1-5 de dez (primavera) |
|
2012 e 40 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP especial (jan-abr) |
- |
|
2012 e 40 anos |
dupla |
não linear |
1 |
fase de força rápida (FFR) (mai-ago) |
1-5 de mai (outono) |
|
2012 e 40 anos |
dupla |
de Matveev |
2 |
PPP especial (set-dez), Total: 200 sessões, 150 de
descanso e 15 dias de teste. |
1-5 de set (inverno) e 27-31 de dez (verão) |
|
2013 e 41 anos |
dupla |
de Matveev |
1 |
PPP especial (jan-jun) |
1-7 de jun (outono) |
|
2013 e 41 anos |
dupla e master |
de Tschiene |
2 |
PP (jul-dez), Total:
Os dados foram perdidos. |
23-31 de dez (verão) |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2014 e 42 anos |
master |
Específica para o Voleibol (EV) |
1 |
período de treino (PT) (jan-mai-set),
lesão no tendão calcâneo em 27 de mar, Total: 84 sessões, 186
de descanso e 1 dia de teste. |
13 de mai (outono) - antropometria e abdominal em 1 minuto |
|
2014 e 2015 42 e 43
anos |
- |
EV |
1 |
PT (out de 2014 a abr de 2015 a dez
de 2015), após a lesão. |
13 de out de 2014 (primavera), 1º de abr de 2015 (outono) e 16
de dez de 2015 (primavera) – poucos testes |
|
2016 e 44 anos |
master |
EV |
1 |
PT (jul-out) |
- |
|
2016 e 44 anos |
- |
EV |
2 |
PT (jul-ago-out), Período
Recuperativo (nov-dez), após a
lesão, Total: 379 sessões, 335 de descanso e 5 dias de teste – 1
dia todos os testes. |
8 de ago (inverno) e 27 de dez (verão) – poucos testes |
|
2017 e 45 anos |
- |
EV |
1 |
PT (jan-jul-dez), após a lesão, Total: 186
sessões, 181 de descanso e 18 dias de teste. |
1-13 de jul (inverno) e 24-28 de dez (verão) – sem salto |
|
2018 e 46 anos |
- |
EV |
1 |
PT (jan-jul-dez), após a lesão, Total: 194
sessões, 194 de descanso e 15 dias de teste. |
2-11 de jul (inverno) e 20-24 de dez (verão) – sem salto |
|
2019 e 47 anos |
- |
EV |
1 |
PT (jan-abr-dez), recuperação final após a lesão,
Total: 169 sessões, 196 de descanso e 17 dias de teste. |
1º-11 de abr (outono) e 21-26 de dez (verão) – todos testes |
|
2020 e 48 anos |
- |
EV |
1 |
PT (jan-abr-dez), recuperação final após a lesão,
Total: 180 sessões, 169 de descanso e 21 dias de teste. |
1-12 mai (outono) e 23-31 de dez (verão) – todos testes |
|
Ano e Idade |
Voleibol |
Periodização |
Macrociclo |
Período ou Etapa ou Fase, Mês e Total |
Teste |
|
2021 e 49 anos |
master |
de Matveev |
1 |
período preparatório de preparação geral (PPP geral) (jan) |
- |
|
2021 e 49 anos |
master |
EV |
1 |
período de treino (fev-mai-jun) |
31 de mai-13 de jun (outono) |
|
2021 e 49 anos |
master |
não linear |
2 |
fase de força rápida (jun-dez),
teve treino búlgaro do halterofilismo (40 sessões, jul-dez), Total:
204 sessões, 154 de descanso e 19 dias de teste. |
27-31 de dez (verão) |
|
2022 e 50 anos |
master |
de Tschiene |
1 |
período preparatório (PP) (jan-jul) |
4-11 de jul (inverno) |
|
2022 e 50 anos |
master |
de Matveev |
2 |
PPP geral (jul-ago) |
- |
|
2022 e 50 anos |
master |
de Tschiene |
2 |
PP (ago-dez), Total:
220 sessões, 158 de descanso e 14 dias de teste. |
26-31 de dez (verão) |
|
2023 e 51 anos |
master |
de Matveev |
1 |
PPP geral (jan-abr), PPP especial (abr-jul-jun) |
1-11 de jul (inverno) |
|
2023 e 51 anos |
master |
de Matveev |
2 |
PPP geral (jul-set), PPP especial (set-dez), Total: 162 sessões, 184 de descanso e 19 dias de
teste. |
18-26 de dez (verão) |
|
2024 e 52 anos |
master |
em Bloco |
1 |
bloco A (jan-mai) e bloco B (jun-jul-dez), Total: 131 sessões, 209 de
descanso e 25 dias de teste. |
4-15 de jul (inverno) e 20-29 de dez (verão) |
Tabela 1. Resumo de como foi
estruturada cada periodização de 1999 a 2024.
Análise estatística
Os dados foram apresentados nos
resultados através de valores brutos, do percentual, da média e desvio padrão.
O teste Shapiro-Wilk (p≤0,05) detectou distribuição não normal da
quantidade de treino, da quantidade de descanso, das avaliações
cineantropométricas e do POMS reduzido. O teste U de Mann-Whitney (p≤0,05) foi aplicado para verificar a
diferença entre a quantidade de treino versus a quantidade de descanso.
Enquanto que ANOVA de Kruskal-Wallis (p≤0,05) foi usada para testar a
diferença entre os testes das avaliações cineantropométricas e do POMS
reduzido. Todos os dados foram tratados pelo BioEstat 5.0, Belém do Pará,
Brasil.
Resultados
A figura 1A apresenta a quantidade e o
percentual de como foram estruturadas as periodizações de 1999 a 2024. A figura
1B mostra os tipos de periodizações usadas em 1999 a 2024, sendo exposto o
total e o percentual. Nessa figura 1B, foi contada como o uso de duas vezes ou
mais um tipo de periodização foi aplicada no jogador de voleibol do estudo,
isso ocorreu nos seguintes momentos: 1º) quando um tipo de periodização foi
aplicada no macrociclo 1 e 2. 2º) Mas quando um tipo de periodização foi usado
no mesmo macrociclo em épocas diferentes, por exemplo, a concepção de Matveev
foi aplicada em janeiro a março, depois foi realizada a periodização não linear
em abril e novamente foi usada a concepção de Matveev em maio. Portanto, a
periodização de Matveev foi aplicada duas vezes no atleta.
Figura 1. Periodização aplicada no
voleibolista durante 1999 a 2024 (Extraído da tabela 1).
A tabela 2 apresenta a estatística
descritiva de algumas avaliações cineantropométricas. O período ou etapa ou
fase que foram praticados os testes se encontram na tabela 1.
|
Testes |
1999 |
2000 |
2001 |
2002 |
2003 |
2004 |
2005 |
2006 |
2007 |
2008 |
|
Massa Corporal Total (kg) |
80 |
81 |
82 |
83 |
86,50±2,88 |
85,25±1,25 |
85,50±1,73 |
81±2,44 |
81,75±0,50 |
79±2,82 |
|
Panturrilha esquerda (cm) |
35 |
35 |
35 |
35 |
38,50±0,57 |
37,25±0,29 |
38,50 |
36,62±1,37 |
37,75±0,28 |
38,25±0,50 |
|
Panturrilha direita (cm) |
35 |
35 |
35 |
35 |
38,50±0,57 |
38,50±0,40 |
38,50 |
37,62±1,49 |
37,75±0,28 |
38,25±0,28 |
|
Flexão (repetições) |
33,50±4,33 |
35±4,08 |
66,50±11,70 |
88,25±8,88 |
160±23,09 |
162,50±26,30 |
165±5,77 |
215±23,80 |
100 |
115±17,32 |
|
Abdominal (repetições) |
50 |
40,75±10,75 |
47±6,68 |
35,25±11,87 |
35,25±11,87 |
35,25±11,87 |
65,50±12,12 |
227,50±27,53 |
200 |
212,50±15 |
|
Agilidade de 6 m
(m/s) |
0,54 |
0,54 |
0,55±0,03 |
0,54 |
0,66 |
0,66 |
0,66 |
0,75 |
0,75 |
0,66 |
|
Velocidade de 4 m
(m/s) |
4 |
4 |
4 |
4 |
4 |
4 |
4 |
4,14±0,12 |
4,17±0,15 |
4,08±0,17 |
|
Velocidade de 8 m
(m/s) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
Salto vertical saindo do
agachamento de 90º (cm) |
36,50±1,23 |
37±2,16 |
39,12±1,31 |
36±2 |
37,11±2,06 |
40,74±2,34 |
37,73 |
41,60±1,48 |
43,33±0,38 |
42,57±1,26 |
|
Salto vertical com
contramovimento (cm) |
39±1,15 |
39±1,82 |
41,15±1,24 |
41,41±4,10 |
40,74±0,47 |
43,33±4,51 |
41,75±0,86 |
44,03±2,63 |
46±1,15 |
43,52±1,01 |
|
VO2máx
(ml/kg/min) |
34,10±5,19 |
37,85±4,50 |
35,60±10,39 |
38,60 |
38,60 |
41,60±10,39 |
41,60±6 |
49,10±3,87 |
52,10±1,73 |
46,85±6,65 |
Abreviatura: kg – quilogramas, cm – centímetros,
m/s – metros por segundo, VO2máx – consumo máximo de oxigênio e
ml/kg/min – mililitros por quilogramas minutos.
Tabela 2. Resultados das avaliações
cineantropométricos do voleibolista de 1999 a 2008.
A tabela 3 mostra a continuação das
avaliações cineantropométricas praticada pelo jogador de voleibol.
|
Testes |
2009 |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 (lesão) |
2014-2016 (lesão) |
2017 (lesão) |
2018 (lesão) |
2019 (lesão) |
|
Massa Corporal Total (kg) |
79,75±0,95 |
72,50±3,53 |
88,50±0,70 |
92,33±2,30 |
92,50±0,70 |
91 |
94,40±1,81 |
95,50±0,70 |
96±1,41 |
97,33±2,30 |
|
Panturrilha esquerda (cm) |
38,50±0,81 |
37,50±0,70 |
39±0,70 |
38,50±0,50 |
39±0,70 |
39 |
38,50±1,11 |
38,50±0,70 |
39 |
39,33±0,57 |
|
Panturrilha direita (cm) |
38,37±0,75 |
38 |
39±0,70 |
39±0,50 |
39±0,70 |
43,50 |
38,40±1,55 |
37,50±0,70 |
38,50 |
38,83±0,57 |
|
Flexão (repetições) |
172,50±48,56 |
235±35,35 |
270 |
270 |
187,50±17,67 |
- |
- |
88,50±2,12 |
80±28,28 |
251,66±52,52 |
|
Abdominal (repetições) |
297,50±49,92 |
342±24,74 |
370 |
378,33±2,88 |
275±35,35 |
250 |
250±86,60 |
255±7,07 |
225±35,35 |
333,33±28,86 |
|
Agilidade de 6 m (m/s) |
0,66 |
0,75 |
0,75 |
0,67±0,07 |
0,75 |
- |
- |
0,60 |
0,66 |
0,62±0,03 |
|
Velocidade de 4 m (m/s) |
6±1,60 |
6±1,09 |
7,22±1,09 |
5,83±0,75 |
5,86±0,55 |
- |
- |
7,64±1,23 |
5,40±0,67 |
7,40±0,68 |
|
Velocidade de 8 m (m/s) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
Salto vertical saindo do agachamento de 90º (cm) |
44,50±1 |
44,50±0,70 |
45 |
44 |
42 |
- |
- |
- |
- |
36,66±2,08 |
|
Salto vertical com contramovimento (cm) |
46,75±1,25 |
45,50±0,70 |
47,15±1,62 |
47 |
45 |
- |
- |
- |
- |
40,33±1,52 |
|
VO2máx (ml/kg/min) |
52,85±4,50 |
50,60 |
47,60±8,48 |
53,60±5,19 |
56,60±8,48 |
- |
- |
47,60 |
40,10±2,12 |
49,60±1,73 |
|
POMS: pertubação total de humor (PTH) |
- |
- |
- |
73,33±42,35 |
99±7,07 |
93 |
94,60±5,72 |
111±14,14 |
99,50±13,43 |
107±6,08 |
|
POMS: desajuste ao treino |
- |
- |
- |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0,33±0,57 |
Observação: O vermelho
em 2014, a panturrilha direita estava com maior circunferência porque se
encontrava inchada por causa da lesão no tendão calcâneo direito. O vermelho é
chamando atenção da diminuição da circunferência da panturrilha direita após a
lesão.
Tabela 3. Resultados das avaliações
cineantropométricos do voleibolista de 2009 a 2019.
A tabela 4 apresenta a continuação das
avaliações cineantropométricas praticada pelo jogador de voleibol.
|
Testes |
2020 (lesão) |
2021 |
2022 |
2023 |
2024 |
|
Massa Corporal Total (kg) |
93±1 |
96,50±0,70 |
98,50±2,12 |
96,50±2,12 |
97,50±0,70 |
|
Panturrilha esquerda (cm) |
39,33±0,28 |
39 |
39,50±0,70 |
40 |
40 |
|
Panturrilha direita (cm) |
38 |
38,25±0,35 |
38,25±0,35 |
38 |
39,50 |
|
Flexão (repetições) |
220±26,45 |
210±56,56 |
100 |
98,50±2,12 |
69±1,14 |
|
Abdominal (repetições) |
320±26,45 |
325±176,77 |
350±212,13 |
300 |
375±35,35 |
|
Agilidade de 6 m (m/s) |
0,63±0,05 |
0,70±0,66 |
0,75 |
0,63±0,04 |
0,63±0,04 |
|
Velocidade de 4 m (m/s) |
7,01±0,12 |
7,74±2,51 |
7,48±0,48 |
6,34±0,77 |
- |
|
Velocidade de 8 m (m/s) |
- |
- |
- |
- |
4 |
|
Salto vertical saindo do agachamento de 90º (cm) |
38±1,73 |
40 |
39 |
39±1,41 |
38 |
|
Salto vertical com contramovimento (cm) |
41,66±1,52 |
42 |
40 |
41±1,41 |
39,50±0,70 |
|
VO2máx (ml/kg/min) |
48,60±3,46 |
47,60±4,24 |
50,60 |
44,60 |
50,60 |
|
POMS: PTH |
109,33±4,16 |
114±7,07 |
107±4,24 |
111±11,31 |
104,50±2,12 |
|
POMS: desajuste ao treino |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
Tabela 4. Resultados das avaliações
cineantropométricos do voleibolista de 2020 a 2024.
A ANOVA de Kruskal-Wallis detectou
diferença estatística nas seguintes comparações com o post hoc Dunn (p≤0,05):
massa corporal total com H (24) = 73,22, p = 0,0001 – diferença entre os anos:
1999, 2008, 2009 e 2010 versus 2014-16, 2019, 2022 e 2024, flexão com H (22) =
66,35, p = 0,0001 – 1999 e 2000 versus 2006, 2010, 2011, 2012, 2019 e 2020,
2001 versus 2012 e 2019, abdominal com H (24) = 67,81, p = 0,0001 – 1999, 2000,
2001, 2002, 2003 e 2004 versus 2012, agilidade de 6 metros com H (22) = 64, p =
0,0001 - 1999, 2000, 2001 e 2002 versus 2006 e 2007, salto vertical saindo do
agachamento de 90º com H (20) = 56,20, p = 0,0001 – 1999 e 2002 versus 2011 e
2012, 1999, 2000, 2002 e 2003 versus 2009, salto vertical com contramovimento
com H (20) = 49,46, p = 0,0003 – 1999 e 2000 versus 2007, 2009 e 2012, VO2máx
com H (22) = 50,97, p = 0,0004 – 1999 versus 2007, 2009 e 2012, 2000 versus 2012.
A ANOVA de Kruskal-Wallis não detectou diferença estatística nas seguintes
comparações: panturrilha com H (49) = 65,30, p = 0,06, velocidade de 4 metros
com H (21) = 62, p = 0,06, PTH com H (11) = 16,95, p = 0,10 e desajuste ao
treino com H (10) = 0,83, p = 0,99.
A tabela 5 e 6 apresenta os valores
brutos mínimo e máximos das avaliações cineantropométricas e do teste POMS
reduzido de um determinado momento do treino periodizado que geralmente possuem
resultados inferiores ao do pico de performance. .De 2013 a 2024 (por 12 anos),
o voleibolista do estudo não atingiu o pico de erformance, por esse motivo
foram apresentados apenas os valores brutos mínimo e máximos dos testes.
|
Testes |
1999-2002 (Matveev)
e 2003 (Matveev e bloco) |
PICO em 2004 (bloco B, junho,
macrociclo 1) |
2004 (bloco),
2005 (tática) e 2006 (bloco) |
PICO em 2006 (Tschiene,
período preparatório, junho, macrociclo 1) |
2006 (Tschiene)
e 2007 (Tschiene e Matveev) |
PICO em 2007 (Tschiene,
PP, dez, macrociclo 1) |
|
Flexão (repetições) |
30 a 180 |
180 |
140 a 210 |
250 |
100 a 200 |
100 |
|
Abdominal (repetições) |
28 a 56 |
28 |
30 a 210 |
260 |
200 a 240 |
200 |
|
Agilidade de 6 m
(m/s) |
0,54 a 0,60 |
0,66 |
0,66 a 0,66 |
0,75 |
0,75 a 0,75 |
0,75 |
|
Velocidade de 4 m
(m/s) |
4 a 4 |
4 |
4 a 4,25 |
4,04 |
4,04 a 4,3 |
4,3 |
|
Salto vertical saindo do agachamento
de 90º (cm) |
35 a 40,5 |
43,96 |
36,86 a 41,6 |
43,2 |
42 a 43,66 |
43,66 |
|
Salto vertical com
contramovimento (cm) |
35,5 a 42,66 |
50 |
40 a 43,93 |
45,53 |
45 a 47 |
47 |
|
VO2máx
(ml/kg/min) |
26,6 a 44,6 |
50,6 |
38,6 a 50,6 |
53,6 |
44,6 a 53,6 |
53,6 |
|
Observação |
O atleta teve os piores
resultados dos testes quando estava mais novo (27-30 anos) porque estava
estagnado fisicamente com o uso por muitos anos da concepção de Matveev. |
Os testes do pico foram
melhores, a velocidade estava estagnada e o abdominal foi ruim no teste. |
Os resultados dos testes
melhoraram muito quando comparados com 1999 a 2004. |
Os testes do pico foram
melhores, exceto a velocidade que estava estagnada. |
Flexão e abdominal foram
melhores que o pico e os outros testes foram iguais. |
O pico ocorreu nesses testes
porque foram os melhores resultados em uma mesma avaliação, exceto a flexão e
o abdominal. |
|
Testes |
2008 e 2009
(ver tabela 1) |
PICO em
2009 (Tschiene, PP, setembro,
macrociclo 2) |
2009 a
2010 (tabela 1) |
PICO em
2011 (Tschiene, período preparatório,
maio, macrociclo 1) |
2011 e 2012
(tabela 1) |
PICO em
2012 (Matveev, PPP especial, dez,
macro 2) |
2013 a
2024 (tabela 1) |
|
Flexão (repetições) |
100 a 190 |
200 |
200
a 260 |
270 |
270 a 270 |
270 |
60 a 305 |
|
Abdominal (repetições) |
200 a 260 |
330 |
325 a 360 |
370 |
370 a 380 |
380 |
200 a 500 |
|
Agilidade de 6 m (m/s) |
0,66 a 0,66 |
0,66 |
0,66 a 0,75 |
0,75 |
0,60 a 0,75 |
0,75 |
0,60 a 0,75 |
|
Velocidade de 4 m (m/s) |
4 a 4,87 |
8 |
4,87 a 7,14 |
8 |
5 a 6,45 |
6,06 |
4,93 a 9,52 |
|
Salto vertical saindo do agachamento de 90º (cm) |
41 a 44 |
46 |
44 a 45 |
45 |
44 a 45 |
44 |
36 a 42 |
|
Salto vertical com contramovimento (cm) |
42 a 47 |
48 |
45 a 46 |
48,3 |
46 a 47 |
47 |
39 a 45 |
|
VO2máx (ml/kg/min) |
41,6 a 59,6 |
50,6 |
50,6 a 50,6 |
53,6 |
41,6 a 50,6 |
59,6 |
38,6
a 62,6 |
|
Velocidade de 8 m (m/s) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
4 |
|
POMS: PTH |
- |
- |
- |
- |
91 a 104 |
25 |
88 a 121 |
|
POMS:desaj.ao treino |
- |
- |
- |
- |
0 |
0 |
0 a 1 |
|
Observação |
O VO2máx foi o único teste maior do que o pico. |
O pico de 2009 foi superior ao de 2007, com resultado inferior
na agilidade e no VO2máx. |
- |
O pico teve dados maiores do que 2009 e 2010, mas a agilidade e
o salto 90º foram iguais. |
Os testes foram iguais ou maiores do que o pico, exceto o VO2máx. |
O pico ocorreu nesses testes porque foram os melhores resultados
em uma mesma avaliação. |
- |
Observação: O vermelho
no pico chama atenção de um resultado ruim e/ou estagnado.
Tabela 5. Valores mínimos e máximos do teste e pico de performance
do voleibolista – 1999 a 2007 .
A tabela 6 apresenta a continuação
sobre o pico de performance atingido pelo jogador de voleibol.
Tabela 5. Valores mínimos e máximos do teste e pico de performance
do voleibolista – 2008 a 2024.
Discussão
Em 2023 foi praticada a periodização
tradicional de Matveev e em 2024 foi efetuada a periodização em bloco, o
voleibolista nesses 2 anos treinou pouco e descansou muito – ver figura 1.
Consultando Kiss (2003), talvez esse ocorrido tenha prejudicado no desempenho
das avaliações cineantropométricas – ver tabela 2 a 4. Uma das causas disso,
foram os problemas físicos sofridos pelo esportista. Em 2023, no dia 1 a 8 de
janeiro o atleta teve dor no retro pé por causa das avaliações
cineantropométricas de dezembro de 2022, por 14 dias (de 23 de outubro a 5 de
novembro) o voleibolista teve irritação na vista por causa do suor e passou a
usar testeira e em 26 a 31 de dezembro (por 6 dias) o jogador teve dor no ante
pé por causa das avaliações cineantropométricas. Em 2024, no dia 4 a 7 de
fevereiro (por 4 dias), o esportista estava no bloco A1 e teve irritação na
vista por causa do suor ao fazer jardinagem, sendo indicado o uso da testeira
em qualquer tarefa de esforço físico. Mas o que mais interferiu no treino em
2024, aconteceu no bloco A3, por 61 dias (2 meses e 1 dia, de 18 de março a 19
de maio) foi uma dor no abdômen esquerdo, sendo excluído alguns exercícios
(flexão, abdominal, pliometria e outros) que causavam dor nessa região.
O período de 1999 a 2002 – por 4 anos,
o voleibolista usou a periodização tradicional de Matveev – ver tabela 1 e 2
(Marques Junior, 2009). As avaliações cineantropométricas de 1999 a 2002 – ver
tabela 2, o atleta atingiu valores abaixo dos voleibolistas – no salto vertical
e no VO2máx (Marques Junior, 2010) e os resultados estavam próximos
porque o jogador estava com a preparação física estagnada (Agostinho, 1998).
Esse ocorrido era esperado, de 1986 a 2002, por 17 anos, o voleibolista usou a
periodização de Matveev, quando um atleta utiliza por muito tempo um tipo de
periodização tende não evoluir no condicionamento físico e nas questões
técnicas e táticas (Marques Junior, 2022). A partir de 2003 que esse atleta
começou a usar outra concepção, sendo a periodização em bloco de Verkhoshanski
– ver tabela 2 (Marques Junior, 2013).
O jogador de voleibol profissional costuma saltar 41 a 49 cm no
teste de salto vertical saindo do agachamento de 90º e 45 a 61
cm no teste de salto vertical com contramovimento (Marques Junior, 2010).
(Marques Junior, 2010). Consultando a tabela 2 a 4, o voleibolista do estudo
atingiu o padrão do jogador profissional no salto vertical saindo do
agachamento de 90º por 8 anos com saltos entre 41,6 a 45 cm (2006 a 2013 com 34
a 41 anos) e valores do voleibol de alto nível no salto vertical com
contramovimento por 6 anos com saltos entre 45 a 47,15 cm (2007 com 35 anos,
2009 a 2013 com 37 a 41 anos). Esse ocorrido era esperado, de 2006 a 2013 o
voleibolista utilizou periodizações com ênfase no treino de força (bloco,
Tschiene e não linear) que costuma aumentar o salto vertical (Costa, 2022;
Tubino, 1993), mas também usou um pouco a concepção de Matveev – ver tabela 1.
Esse resultado foi contrário ao da literatura, a partir dos 30 anos ou mais, o
salto vertical tende a declinar das pessoas por causa da diminuição da força
dos membros inferiores (Bosco e Komi, 1980). Mas com um adequado treino de
força, mesmo com o avanço da idade, o decréscimo da força pode ser retardado
(Fleck e Figueira Júnior, 2003).
Após a
lesão no tendão calcâneo direito, de 2019 a 2024 (por 6 anos) os testes de
salto foram abaixo de um atleta de elite, sendo 36,66 a 40 cm do salto vertical
saindo do agachamento de 90º e 39,50 a 42 cm do salto vertical com
contramovimento – ver na tabela 2 a 4 (Marques Junior, 2010). Talvez isso tenha
ocorrido porque diminuiu a circunferência da panturrilha direita em relação a
esquerda (2006 a 2013 são os melhores saltos: panturrilha esquerda com
38,04±1,01 cm e direita com 38,28±0,84 cm; 2019 a 2024 são os saltos após a
lesão: esquerda com 39,50±0,48 cm e direita com 38,46±0,60 cm) e aumentou a
massa corporal total (2006 a 2013: 85,72±8,86 kg; 2019 a 2024: 96,35±2,34 kg),
ambos interferem na altura do salto vertical. Portanto, uma maior hipertrofia
da panturrilha direita (Andrade et al., 2008) e uma menor massa corporal total
(Crivelin et al., 2018) resultam em um mais elevado salto vertical.
A
agilidade de 6 metros (m) teve os melhores resultados em 2006 a 2013 (0,71±0,04
m/s), momento que a periodização dava ênfase na força (bloco, Tschiene e não
linear) (Marques Junior, 2013). Após a lesão, no período de 2017 a 2024, era
esperado um declínio da agilidade porque o condicionamento físico do jogador do
estudo não era um dos melhores (0,65±0,05 m/s) - ver tabela 2 a 4 (Bompa, 2002;
Rodríguez et al., 2024). Mas na velocidade de 4 metros foi ao contrário. Os
piores resultados dessa capacidade motora condicionante foram em 1999 a 2005 (4
m/s) e em 2006 a 2013 – mínima melhora (4,08±2,57 m/s), ocorrendo as melhores
marcas da velocidade após a lesão, que foi de 2017 a 2024 (7,02±1,12 m/s) - ver
tabela 2 a 4. Esse acontecimento não era esperado sobre a velocidade após a
lesão, não tendo informação na literatura (Forteza, 2001; Moura et al., 2023;
Osorio et al., 2024).
O pico de
performance exposto na tabela 5 e 6, ocorreu mais vezes na periodização com
ênfase no treino de força (bloco e Tschiene). A ordem do melhor pico para o
pior foi a seguinte – os dados de cada teste foram comparados: 1º Tschiene em
2011, 2º Matveev em 2012, 3º Tschiene em 2009, 4º Tschiene em 2006, 5º Tschiene
em 2007 e 6º bloco em 2004. Os melhores picos de performance foram em 2009,
2011 e 2012, talvez esse resultado esteja relacionado com o efeito acumulado
das cargas de treino, ou seja, quanto mais triando o atleta foi ao longo dos
anos, o pico teve maior qualidade (Matveev, 1991).
Conclusão
O treino periodizado com testes de
controle ocasionou o entendimento da evolução e da involução da preparação
física do atleta cientificamente ao longo de várias temporadas. Em conclusão, a
periodização com a aplicação da matemática e da estatística permite um estudo
minucioso do esportista.
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