Revisão Recibido: 14/11/2023 │
Aceptado: 20/02/2024
Esporte da
Alemanha Oriental - parte 2
Sport of the East Germany – part 2
Nelson Kautzner Marques Junior. Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB. RJ. Brasil.
[kautzner123456789junior@gmail.com]
Resumo
O objetivo da
revisão foi explicar como era desenvolvido o esporte da Alemanha Oriental. A
Alemanha Oriental passou um processo de sovietização de 1949 a 1989, isso
também ocorreu com o esporte. Em conclusão, a Alemanha Oriental com uma pequena
população mostrou como a ciência é fundamental para o êxito esportivo.
Palavras Chave: esportes; treino; rendimento
esportivo; periodização.
Abstract
The objective of the review was to
explain how East German sport developed. East Germany had a process of
Sovietization from 1949 to 1989, this also occurred with the sport. In
conclusion, East Germany with a small population showed how is fundamental the
science to sporting success.
Keywords: sports;
training; sports performance; periodization.
Introdução
A escola
socialista do treinamento esportivo foi formada na 2ª Guerra Mundial (esse
conflito terminou em 1945), ela era constituída por oito países da Europa
(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, Alemanha Oriental,
Bulgária, Hungria, Iugoslávia, Polônia, Romênia e Tchecoslováquia) e por uma
nação da América Latina (Cuba) (Marques Junior, 2022a). A preparação do atleta
nessa escola tinha uma característica, acontecia um acompanhamento longitudinal
do esportista de criança até a idade adulta através de avaliações
cineantropométricas e pelo desempenho da prova do atleta, isso permitia um
diagnóstico da escolha do melhor esporte para esse competidor ou facilitava em
estruturar com mais qualidade o treinamento para esse atleta (Tubino, 1993).
No campo
científico, a escola socialista do treinamento esportivo se destacou na
estruturação da carga de treino (Marques Junior, 2022b) e na elaboração de 16
tipos de periodização (Marques Junior, 2023a). Apesar dessa escola proporcionar
vários benefícios para o esporte de alto rendimento, existem poucos trabalhos
como os países da escola socialista preparavam os seus atletas (Almeida et al.,
2000; Forteza, 2004). Recentemente foi escrito como era desenvolvido o esporte
na URSS (Marques Junior, 2022c), na Polônia (Marques Junior, 2022d) e na
Iugoslávia (Marques Junior, 2023b). Então, um artigo científico explicando como
era conduzido o esporte da Alemanha Oriental é interessante, existem poucos estudos
sobre esse tema (Correia da Silva, 2003; Krüger, 2008).
O objetivo da
revisão foi explicar como era desenvolvido o esporte da Alemanha Oriental.
Desenvolvimento
Sovietização do
esporte da RDA
Em 1949, quando
foi fundada a RDA, o esporte da Alemanha Oriental se sovietizou e o Estado
passou a comandar o esporte e a educação física dessa nação, o mesmo era feito
na URSS (Beaufils, 2019; Tubino, 1993). O órgão do Estado que comandava o
esporte na RDA era o Partido Socialista Unificado da Alemanha (PSUA) (Magallón,
2009; Weissensteiner, 2023), a maioria dos treinadores eram filiados ao PSUA
(Krüger, 2008).
A imitação do esporte performance da RDA em relação
a URSS ocorria até no uniforme esportivo com as iniciais em alemão DDR
(Deutsche Denokratische Republik) que significa República Democrática Alemã e
dos soviéticos era em russo o CCCP (Союз Советских Социалистических Республик) que significa União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas. A única diferença do uniforme da RDA era o azul do PSUA
que comandava o esporte e na camisa ou no agasalho tinha o brasão de armas da
RDA. Enquanto que na URSS a roupa esportiva era toda vermelha. Ambos os países
também utilizavam a roupa esportiva de cor branca. A figura 1 ilustra essas
explicações.
Figura 1. Uniforme da DDR de futebol azul
e branco e da CCCP vermelho e branco da mesma modalidade.
A política
esportiva soviética utilizada na RDA oferecia o esporte e a atividade física
gratuitamente para toda a população e foi o primeiro país a estabelecer na sua
Constituição, em 6 de abril de 1968, que o esporte é um direito do cidadão
(Zambrana, 2016). Na RDA foi introduzido o termo cultura física para
desenvolver o esporte e a atividade física nessa nação (Petit, 1989), na URSS a
cultura física já era utilizada desde 1920 (O`Mahony, 2006). Cultura física
atua no esporte e na atividade física em 3 aspectos, que são os seguintes: 1º)
melhorar a saúde da população com essa tarefa motriz para causar maior
rendimento no trabalho, 2º) formar atletas para o esporte performance e 3º) efetuar
treino militar na escola (ensino fundamental e médio) e para todo o povo com o
intuito do povo defender a RDA em caso de invasão estrangeira (Marques Junior,
2022d). Porém, o 3º aspecto da cultura física que era o treino militar, não
ocorria na RDA porque em 1945 na Conferência de Potsdam foi estabelecido o
completo desarmamento e desmilitarização da Alemanha (Miranda, 2015).
Em 1954, os
ocupantes (EUA, Reino Unido e França) da Alemanha Ocidental decidiram
militarizar essa nação porque estava no auge da “Guerra Fria” (Miranda, 2015),
essa iniciativa também foi tomada pela URSS na RDA em 1954, nesse momento
começou a ser trabalhado o 3º aspecto da cultura física na RDA (Hardman e Naul,
2002). A cultura física na RDA pelo treino militar tinha como principais
atividades o exercício com armas de fogo, o atletismo, a natação e a ginástica
artística (Hardman e Naul, 2002). Justifica esses três esportes no treino
militar pelo seguinte motivo: o atletismo é fundamental para o militar poder
correr e saltar bem na guerra, a natação é imprescindível no combate quando
tiver no rio ou no mar e a ginástica artística é uma das modalidades mais
completas para o domínio do corpo humano (Marques Junior, 2022c). Nos
soviéticos, a cultura física através do treino militar também ocorria pelo
atletismo e pela natação, e ainda tinha o halterofilismo, que é necessário para
o fortalecimento do corpo do combatente.
Essas três
modalidades (atletismo, natação e ginástica artística) eram os esportes bases
da RDA que preparava o atleta alemão oriental para outras modalidades ou o
esportista se tornava atleta de um desses esportes bases (Bompa, 2002; Marques
Junior, 2022a). Essa ideia de esporte base era oriunda da URSS, os soviéticos
tinham essas modalidades da RDA como esportes bases e ainda tinham o
halterofilismo e o voleibol como esportes bases (Marques Junior, 2022c). Na
RDA, o atletismo e a natação eram esportes bases porque a 1ª modalidade é
fundamental para prática dos esportes terrestres e a 2ª modalidade é
imprescindível para o praticante dos esportes aquáticos. A ginástica artística
otimiza a coordenação e o domínio do corpo humano (Bompa, 2002).
Logo, os
esportes bases permitiam um treino multilateral do esporte para a criança da
RDA, evitando a especialização precoce. Os esportes bases da RDA conquistaram
237 medalhas olímpicas (109 medalhas do atletismo, 92 medalhas da natação e 36
medalhas da ginástica artística) e as demais modalidades obtiveram 172 medalhas
(Marques Junior, 2022a). Então, parece que é vantajoso praticar esporte base
criança porque possibilitou alta performance nessas modalidades.
A RDA
conquistou 409 medalhas olímpicas, o sucesso dessa nação nos Jogos Olímpicos
ocorreu de maneira ascendente porque foram aumentando a quantidade de medalhas
olímpicas em cinco participações nesse evento que foram de 1968 a 1988, tendo
ainda o boicote na Olimpíada de 1984 (COI, 2023). Essas muitas medalhas
olímpicas da RDA em um país tão pequeno, esteve relacionada com três fatores,
que são os seguintes: 1º a RDA adotou o sistema esportivo da URSS que era um
dos melhores do mundo (Weissensteiner, 2023) e 2º, em 1969 o PSUA estabeleceu
que a RDA merecia dar mais atenção aos esportes individuais por causa do menor
custo financeiro (Inclán, 2012) e porque proporcionavam muitas medalhas
olímpicas. Isso foi conseguido porque entre 1970 a 1973 a RDA investiu muito
dinheiro no esporte performance, passou de 5 milhões para mais de 15 milhões
(Sousa, 2013).
O 3º fator está
relacionado com o desenvolvimento científico da RDA que foi copiado da URSS,
onde a universidade visava formar treinadores e cientistas do esporte de
excelência (Beaufils, 2019). Em 1947, foi fundada a Escola Esportiva da
Juventude para formar em pouco tempo os treinadores esportivos e vários
professores de educação física da RDA foram estudar no inverno de 1951 e 1952
na URSS para aprimorar o seu conhecimento científico sobre o esporte com o
intuito de melhorar essa atividade motriz da RDA (Krüger, 2008).
Em 22 de
outubro de 1950, foi fundada em Leipzig a Escola Superior Alemã de Cultura
Física para formar treinadores do esporte e para auxiliar cientificamente o
esporte performance através de pesquisa sobre as modalidades competitivas
(Correia da Silva, 2003; Möller, 2008). Também foram fundadas outras instituições
para formar treinadores e cientistas do esporte como a Academia Técnica de
Zittau, a Academia Técnica de Dresden, a Universidade Humboldt de Berlim, a
Universidade Técnica de Dresden, a Academia de Educação de Leipzig e outras
(Pietsch e Gras, 1986). A mais importante universidade da RDA era a Escola
Superior Alemã de Cultura Física, mas a Universidade Humboldt de Berlim
publicava duas importantes revistas científicas, a Revista de Educação Física e
a Revista de Teoria da Cultura Física, para informar cientificamente os
treinadores e professores de educação física em relação ao esporte e a
atividade física (Zechetmayr, 1982).
Em 1956, foi fundada na RDA a disciplina
Teoria Geral e Metodologia do Treinamento Esportivo para ser ministrada nas
universidades e em cursos de aperfeiçoamento para treinadores (Hohmann et al.,
2005). Nos anos 50 e 60, com o intuito de ocorrer a interação entre teoria e
prática, o governo da RDA implantou nos centros olímpicos esportivos
laboratórios de aprendizagem motora, biomecânica, fisiologia do exercício e
treinamento esportivo para melhorar a preparação esportiva dos atletas alemães
orientais da iniciação ao alto rendimento (Córdoba e Contreras, 2015).
Essa
preocupação com a ciência do esporte levaram a Escola Superior Alemã de Cultura
Física em elaborar um plano de expectativa que começou nos anos 50 para ter um
prognóstico no ganho de medalhas olímpicas (Balbier, 2007). Para o leitor que
não sabe, plano de expectativa são vários macrociclos de algumas temporadas que
visam desenvolver o atleta para a competição alvo, geralmente ocorre em dois
ciclos olímpicos ou pouco mais onde o treinador efetua a preparação do atleta e
consegue detectar se o esportista está apto para conquistar uma medalha
olímpica (Tubino, 1993).
Portanto, a RDA
fez um plano de expectativa nos anos 50 e estreou nos Jogos Olímpicos de 1968,
preparou seus atletas por 18 anos e essa mesma iniciativa científica foi
realizada em outras Olimpíadas que a RDA participou (Balbier, 2007). A figura 2
apresenta as medalhas conquistadas pela RDA que foram influenciadas pelos 3
fatores que foram explicados.
Figura 2. Medalhas olímpicas da RDA
elaborada com os dados do COI (2023).
Outro
conhecimento científico que contribuiu para a RDA ganhar muitas medalhas
olímpicas, inclusive efetuar o plano de expectativa foi a periodização. Quando
a RDA adotou o sistema esportivo da URSS, inicialmente foi inserido na
preparação do treinamento a periodização tradicional de Matveev (Krüger, 2008).
Talvez outras concepções soviéticas tenham sido usadas na RDA, no período de
1971 a 1985 foram criadas 6 tipos de periodizações (Marques Junior, 2023a).
Como o tema
periodização era linha de pesquisa nas universidades da URSS, essas ideias
migraram para RDA e para outros países do bloco soviético que culminaram com a
criação de alguma periodização (Marques Junior, 2022a, 2022c). Em 1977, o
alemão oriental Peter Tschiene elaborou a periodização do esquema estrutural de
carga de alta intensidade para esportes individuais de força rápida e/ou de
força rápida de resistência, tendo carga de alta intensidade o ano todo que é
denominada de carga regular de alta intensificação (Silva, 2000; Tschiene,
1992).
A carga mínima
é de 80% e a oscilação entre volume e a intensidade é de 20%, ocorrendo isso no
período preparatório e no período competitivo para o atleta atingir o pico da
forma esportiva. Essa carga elevada é acompanhada de um intervalo profilático,
ou seja, após uma carga intensa é efetuado o intervalo profilático com
recuperação ativa e/ou passiva. Nessa concepção o atleta merece competir o ano
todo, usando várias disputas como treino. Talvez Tschiene tenha elaborado essa
concepção para esportes individuais de força rápida e/ou de força rápida de
resistência porque em 1969 foi estabelecido pelo PSUA que os esportes
individuais mereciam mais atenção por causa do menor gasto financeiro e devido
a maior quantidade de medalhas olímpicas em disputa. A figura 3 apresenta o
idealizador dessa concepção e o desenho esquemático dessa periodização.
Figura 3. Peter
Tschiene e o desenho da sua concepção (Extraído de Tschiene,1992; Tschiene et
al., 1997).
O treinamento a
longo prazo do atleta da RDA era similar ao praticado na URSS (Beaufils, 2019).
O início esportivo começava na escola de maneira lúdica, sendo praticado os
esportes bases – é o 1º nível (Bompa, 2002; Childs, 1978). Mesmo criança, o
jovem era submetido a várias avaliações cineantropométricas e era verificado o
desempenho do jovem no esporte (Bonança et al., 2014; Tubino, 1993). Esse
procedimento formava um banco de dados dos testes e do desempenho na
modalidade, próximo da idade adulta esses dados coletados facilitavam o
treinador em estabelecer a melhor modalidade para esse esportista no 3º nível
(Marques Junior, 2022a). Aos poucos esse esporte lúdico era praticado conforme
as regras oficiais, existindo mais três níveis do treinamento a longo prazo que
foi fundado em 1953 na RDA, tendo duração mínima de 8 anos e podendo chegar a
12 anos ou mais (Correia da Silva, 2003). A figura 4 resume
como era esse treinamento.
Figura 4. Treinamento a longo prazo da
RDA fundado em 1953 (Extraído de Correia da Silva, 2003).
O treinamento a
longo prazo do 1º ao 3º nível o atleta merece fazer exercícios de preparação
geral e de preparação especial. Então, em 1985 o pesquisador Tschiene
estabeleceu valores para a preparação geral e especial na tabela 1 para o
atleta da iniciação da RDA praticar (Marques, 1990).
Grupo de Esporte |
Preparação Geral para 12 a 14 anos |
Preparação Especial para 12 a 14 anos |
Preparação Geral para 15 a 17 anos |
Preparação Especial para 15 a 17 anos |
Esportes Cíclicos |
70 a 80% |
20 a 30% |
30 a 40% |
60 a 70% |
Esportes de Força Rápida |
70 a 75% |
25 a 30% |
45 a 60% |
40 a 55% |
Jogos Esportivos |
65 a 75% |
25 a 35% |
30 a 40% |
60 a 70% |
Combates Esportivos |
60 a 75% |
25 a 40% |
40 a 45% |
55 a 60% |
Esportes de Elevada Coordenação e/ou Provas
Combinadas |
30 a 40% |
60 a 70% |
20 a 30% |
70 a 80% |
Tabela 1. Tipo de preparação geral e especial conforme o
esporte.
Além do atleta
da RDA ter total apoio para conquistar muitas medalhas olímpicas – explicado
anteriormente, os esportistas para se empenharem mais recebiam pagamento de
altas quantias em dinheiro quando atingiam resultados expressivos na competição
(Sousa, 2013). Esse tipo de incentivo era proibido pelo COI porque os atletas
precisavam ser amadores para participar dos Jogos Olímpicos, mas na RDA esse
procedimento era praticado escondido. Então, para disfarçar que os esportistas
eram atletas amadores o governo da RDA concedia empregos a esses competidores,
mas na realidade eles eram esportistas profissionais. Conclui-se que, a RDA
conseguiu excelência no esporte olímpico de alto rendimento por causa de 7
fatores, eles são expostos na figura 5.
Figura 5. Fatores do sucesso esportivo do
atleta da RDA na Olimpíada (Elaborado pelo autor).
Em 1862, os
tchecos fundaram em Praga o Sokol, que era um evento de ginástica artística e
ginástica rítmica composto por
vários ginastas, geralmente costumava ser apresentado em um campo de futebol e
o público assitia na arquibancada do estádio (Marques Junior, 2022a). O Sokol
migrou para várias nações eslavas (Iugoslávia, Polônia, Romênia e outras) e
alguns desses países modificaram o seu nome (Yunak União de Ginástica na
Bulgária, Daciada na Romênia), vindo contribuir para a massificação do esporte
nessas nações, politização do povo, ajudou na independência de vários países
eslavos e contribuiu com o pan-eslavismo que se confraternizava fazendo
competições desse evento (Marques Junior, 2022d, 2023b).
Quando as
nações do leste europeu aderiram o sistema esportivo da URSS, o Sokol passou a
se chamar Spartakiada (Marques Junior,
2022a). A Spartakiada já ocorria na União Soviética nos anos 20 (Marques
Junior, 2022c). Na RDA a Spartakiada foi iniciada em 1965, as competições desse
evento na RDA ocorriam em quatro categorias (12 a 14 anos, 15 e 16 anos, 17 e
18 anos e 19 a 21 anos), as melhores equipes eram classificadas para a disputa
internacional da Spartakiada que aconteciam entre os países europeus do bloco
soviético (Hardman e Naul, 2002). Talvez a Spartakiada tenha ajudado a
desenvolver a ginástica artística da RDA.
Apesar do
esporte da RDA ser muito bem conduzido, os dirigentes resolveram dopar vários
atletas para obterem rápido sucesso competitivo (Hunt et al., 2012). Nos anos 50
e 60, os treinadores da RDA foram orientados pelos médicos de medicina
esportiva como dopar os atletas alemães orientais (Spitzer et al., 2005). Em
1966 a RDA adotou o plano estatal 14:25 que foi a criação de um laboratório em
Leipzig em companhia com a farmacêutica Jonapharm tendo o objetivo de investir
em novas drogas com a cooperação de cientistas do esporte para os atletas da
RDA otimizarem o rendimento competitivo (Sousa, 2013). A partir de 1972 a RDA
dopou no mínimo 2000 atletas e esse procedimento continuou e o número aumentou
para 10.000 esportistas dopados, mas não é possível determinar a quantidade
certa de atletas que utilizaram substâncias proibidas (Krüger, 2008). Isso foi
descoberto após a unificação da Alemanha, foram encontrados documentos na STASI
sobre o plano de dopagem nos esportistas da RDA (Franke e Berendonk, 1997).
Conclusões
Após a 2ª GM,
precisamente em 1949, foi fundada a RDA. A RDA passou por significativa
sovietização na economia, educação, saúde, na censura e outros. O mesmo ocorreu
com o esporte da RDA, adotou o sistema esportivo da URSS. A condução do esporte
da RDA era norteada pela ciência esportiva e tendo alto investimento financeiro
do Estado. Porém, para o sucesso esportivo na RDA ser mais veloz, vários
atletas dessa nação foram dopados. Em conclusão, a RDA com uma pequena
população mostrou como a ciência é fundamental para o êxito esportivo no
aspecto positivo e negativo que foi com o doping.
Referências Bibliográficas
Almeida, H., Almeida, D., e Gomes,
A. (2000). Uma ótica evolutiva do treinamento desportivo através da história. Revista
Treinamento Desportivo, 5(1), 40-52.
Azevedo, A., e Koehler, C. (2020).
Eugenia na Alemanha nazista – o racismo como política de estado. Revista
Scientiarum História, 1(281), 1-8.
Balbier, U. (1972). Die Grenzenlosigkeit menschlicher Leistungsfähigkeit“ –
Planungsgläubigkeit, Konkurrenz und Leistungssport-förderung in der
Bundesrepublik und der DDR in den 1960er Jahren. Historical Social Research,
32(1), 137-153.
Beaufils, J. (2019). Le quotidien
d`une école rouge. La politisation protéiforme du sport RDA. (Thèse de
Doctoral). Université Sorbone.
Bompa, T. (2002). Periodização:
teoria e metodologia do treinamento. 4ª ed. São Paulo: Phorte.
Bonança, M., Regino, J., Martinho,
J., Carreira, R., e Marques, A. (2014). Educação física na Europa: várias
concepções. Boletim SPEF, -(38), 45-51.
Childs, D. (1978). The German
Democratic Republic. In. J. Riordan (Ed.). Sport under communism. Camberra:
Australian National University.
COI (2023). Olympic Results.
Acesso em: 2 de novembro de 2023. Disponível em: https://olympics.com/en/olympic-games/olympic-results
Córdoba, E., e Contreras, O.
(2015). Historia de la psicologia del deporte. Apuntes de Psicologia, 33(1),
39-46.
Correia da Silva, T. (2003). Programa
de revelação de aptidões e capacidades desportivas de atletas portadores de
altas habilidades no futebol brasileiro. (Dissertação de mestrado em
ciência da motricidade humana). UCB, RJ, Brasil.
Forteza, A. (2004). Treinar para
ganhar: a versão cubana do treinamento desportivo. São Paulo: Phorte.
Franke, W.,
e Berendonk, B. (1997). Hormonal doping and androgenization of athletes: a
secret program of the GDR government. Clinical
Chemistry, 43(7), 1262-1279.
Hardman, K., e Naul, R. (2002).
Sport and physical education in the two Germanies, 1945-90. In. R. Naul, e K.
Hardman (Eds.). Sport and physical education in Germany (p. 28-76).
London: Routledge.
Hohmann, A., Lames,
M., e Letzelter, M. (2005). Introducción a la ciencia del entrenamiento.
Bacelona: Paidotribo.
Hunt, T., Dimeo, P., Bowers, M., e
Jedlicka, S. (2012). The diplomatic context of doping in the former GDR: a
revisionist examination. International Journal of the History of Sport, 29(18),
2486-2499.
Inclán, R. (2012).
El deporte al servicio del ideal socialista en la RDA. Alsdeli el Deporte, -(-), 1-16.
Krüger, A. (2008). Algo más que
dopaje. El deporte de alto rendimento en la antigua República Democrática
Alemana (1950-1976). Materiales para la Historia del Deporte, -(6),
1-20.
Magallón, L.
(2009). Una mirada global del periodismo deportivo. Razón
y Palabra, 14(69), 1-13.
Marques, A. (1990). Sobre a
utilização de meios de preparação geral na preparação desportiva (II). Treino
Desportivo, 2(15), 55-62.
Marques Junior, N. (2022a). Escola
socialista do treinamento esportivo: a preparação do atleta. Revista
Actividad Física y Ciencias, 14(1), 55-75.
Marques
Junior, N. (2022b). Periodização para o esporte contemporâneo. Revista de
Investigación Cuerpo, Cultura y Movimiento, 12(2), 1-22.
Marques
Junior, N. (2022c). O esporte na antiga União Soviética – parte 2. Revista
Edu-fisica.com: Ciencias Aplicadas al Deporte, 14(29), 80-101.
Marques Junior, N. (2022d). Esporte
da Polônia da “cortina de ferro”. Revista de Investigación Cuerpo,
Cultura y Movimiento, 12(1), 1-26.
Marques Junior, N. (2023a).
Periodização de microestrutura: o treino cognitivo. Revista Olimpia, 20(3),
208-227.
Marques Junior, N. (2023b). O
esporte na antiga Iugoslávia – parte 2. Revista Olimpia, 20(4), 75-96.
Miranda, M. (2015). Conferência de
Potsdam. F. Silva, S. Medeiros, e A. Vianna (Orgs.). Enciclopédia de guerras
e revoluções (p. 47-49). Vol. 2. Rio de Janeiro: Elsevier.
Möller, R. (2008). História do
esporte e das atividades físicas. São Paulo: Ibrasa.
O`Mahony,
M. (2006). Sport in the USSR. London: Reaktions Books.
Pietsch, K., e Gras, F. Athletic
activities in the life of students and graduates in the GDR. International
Review for the Sociology of Sports, 21(1), 323-337.
Petit, B. (1989). Introduction à
une sociologie comparative du sport: les pêcheurs à la ligne en RDA. Revue
d`Éstudes Comparatives Est-Ouest, 20(1), 95-122.
Silva, F. (2000). Planejamento e
periodização do treinamento desportivo. Revista Brasileira de Fisiologia do
Exercício, 1(1), 29-47.
Sousa, B. (2013). A política e o
desporto no período da guerra fria: o caso da RDA. (Dissertação de mestrado
em ciência política e relações internacionais). Universidade Nova Lisboa,
Lisboa.
Spitzer, G., Treutlein, G., e
Pizeassou, C. (2005). Approache historique du dopage en RDA. Staps, 4(70),
49-58.
Tschiene, P. (1992). As novas
teorias de planejamento de treino. Revista Atletismo, -(122), 28-29.
Tschiene, P., Thieb, G., e Nickel,
H. (1997). Der sportliche wettkampf. Berlin: Phitippka.
Tubino, M. (1993). Metodologia
científica do treinamento desportivo. 11ª ed. São Paulo: Ibrasa.
Weissensteiner, J. (2023). The
global evolution of talent promotion within Olympic sports. Frontiers in
Sports and Active Living, 4(-), 1-17.
Zambrana, K.
(2016). El derecho constitucional al deporte. Cuestiones Constitucionales, -(35), 119-150.
Zechetmayr,
M. (1982). Sociology and sport sociology in the GDR. Research Journal of Physical Education, 23(1), 52-56.